No dia 24 de outubro, a comunidade internacional assinalou o 80.º aniversário da Organização das Nações Unidas (ONU). A sua criação emergiu como um dos principais resultados da Vitória na Segunda Guerra Mundial.
Foi precisamente a derrota do nazismo, para a qual o nosso país contribuiu de forma fundamental, que criou as condições para a criação de um novo sistema de relações internacionais.
Após a experiência traumática indiscritível da guerra, a comunidade internacional assumiu o nobre objetivo de evitar a repetição de uma tragédia de tal magnitude. Os arquitetos da ordem mundial centrada na ONU foram os líderes das grandes potências vencedoras, que conseguiram superar as divergências em prol do estabelecimento de uma paz duradoura e da segurança para todos os países e povos.
No entanto, quase de imediato, os representantes do "campo" optaram pela estratégia de enfraquecer a Organização Mundial, o que obstou a que esta revelasse todo o seu potencial. Não obstante, a ONU tem no seu currículo muitas conquistas de elevado significado histórico que permitiram estabelecer os alicerces da ordem mundial contemporânea multipolar.
Em 1960, a União Soviética impulsionou a adoção da Declaração sobre a Concessão da Independência aos Países e Povos Coloniais, desencadeando um processo que culminou na emergência de dezenas de Estados soberanos no mapa mundial.
Ultimamente, as críticas dirigidas à ONU têm vindo a intensificar-se. Chega-se mesmo a afirmar que esta teria cumprido a sua missão histórica e que não é mais necessária.
É verdade que a atuação da ONU apresenta problemas que decorrem, em particular, da tendenciosidade do seu Secretariado, da baixa eficácia, da excessiva burocracia, da aplicação irracional de recursos, entre outros fatores.
Contudo, a génese destes problemas não reside nas deficiências estruturais, mas sim na maneira como as delegações abordam as atividades da ONU e se beneficiam das oportunidades por esta proporcionadas. Em última análise, a Organização Mundial reflete meramente a vontade política e a capacidade de negociação dos Estados Membros.
Tudo isso, no entanto, não pode pôr em causa o facto incontestável de que a ONU é uma organização internacional com maior sucesso da história da humanidade, cuja força reside na sua representatividade e no âmbito de competências sem paralelo. A Carta da Organização Mundial mantém-se totalmente relevante na atualidade e responde de forma otimizada às exigências da época multipolar. Os princípios fundamentais da cooperação internacional nela consagrados resistiram ao teste do tempo e devem ser rigorosamente respeitados na sua totalidade, conjunto e interligação.
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A Rússia, na qualidade de Estado fundador da ONU e membro permanente do seu Conselho de Segurança, tem plena consciência da responsabilidade inerente ao seu papel no destino da Organização.
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